quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

E Joinville musicalmente ?


Sabe, eu ficava até meio assim quando ouvia dizer coisas do tipo: "Joinville é cidade de peão!", "Cultura em joinville é assistir ao jogo do JEC!" e tantas outras. É claro que comparada a outras cidades do estado realmente temos um pouco de descaso com o lado cultural, mas o que nos faz ter uma cena cultural realmente honesta e vitoriosa, mais preocupada em fazer realmente arte do que em outras coisas, o artigo que segue foi uma resenha que fiz sobre o Cd "Aqui ou Lá" do Canela Brasil, conta mais ou menos como conheci a banda (em meados de 2006) e as minhas (muito boas) impressões sobre o disco:

"O Canela Brasil apareceu para mim como que do nada. Estava eu andando pelas ruas da cidade quando vejo um cartaz tratando de um certo Cd “Aqui ou Lá” e de um show em uma das casas de show da cidade, a princípio não dei muita importância, com o tempo vieram mais cartazes desta vez pelas ruas dos bairros e nas cabines dos ônibus, uma matéria em um Jornal de média circulação e pronto. Lá estava eu comprando o CD do Canela Brasil.

A primeira impressão que tive era que não se tratava de uma banda joinvillense a começar pela arte do disco. Tábuas de argila, uma capa pintada em óleo sobre tela e uma arte interna digna de uma banda setentista inglesa, eu não podia acreditar que simplesmente nunca tinha ouvido falar daquela banda.

Capa do disco "Aqui ou Lá": qualidade encher os olhos!

Quando cheguei em casa, a primeira coisa que fiz foi ouvir o disco e, maravil
hosamente, a arte musical é tão digna quanto a arte visual. Do início ao fim do disco pude notar algumas influências da banda. E que influências: a poesia e a seriedade da MPB nordestina no melhor estilo Zé Ramalho (que o cover, aliás, foi minha grande surpresa nos shows do Canela), a complexidade e o esmero do Rock Progressivo inglês, a sensibilidade de bandas como o Oasis e o Coldplay, algumas pitadas de Blues e Folk Rock americano e, sobretudo, a honestidade de Barão Vermelho, Paralamas do Sucesso e cia. O que mais me chamou a atenção (além deste caldeirão de influências) foram as letras que parecem de alguma forma se comunicar umas com as outras e com os desenhos do encarte, a ligação que determinadas faixas tem entre si (como se fosse um álbum conceitual) não as torna necessariamente presas uma as outras (sendo algumas canções sucesso radiofônicos em potencial) tanto que são executadas ligeiramente fora de ordem ao vivo.

E ao vivo é que, para minha surpresa, o Canela Brasil mostra uma outra face, se em estúdio eles exploram ao máximo os recursos de gravação e utilizam variados instrumentos (bandolins, violinos, overdubs, só para citar) para criar os arranjos, ao vivo o Canela me impressionou pela coesão e simplicidade. Executando de maneira fidelíssima ao CD (e também de show para show) as canções do disco, adicionam apenas uma pegada um pouco mais pesada em algumas (“Aqui ou Lá” e “Simples Presídio” se transformam em verdadeiros acontecimentos) e pausas singulares para contar a história da banda e de alguma das canções (como nas baladas “Santo Caminho” e “Quando eu parti”) em outras, mescladas a versões totalmente próprias de influências da banda (“Vila do Sossego” do Zé Ramalho, “Metamorfose Ambulante” do Raul Seixas, “Me Deixa” do Rappa entre outros) ficar indiferente ao assistir um show do Canela Brasil, para mim, é uma tarefa quase impossível.

Mais tarde descobri que o nome original da banda (Canela Preta) tinha a ver com o nome de umas poucas árvores exclusivas da vegetação catarinense, seria um desperdício para a cena musical brasileira se tivesse o som do Canela Brasil como uma exclusividade de terras joinvillenses. O grande Condor só se lança aos grandes vôos quando passa primeiro pelos pequenos vôos, mas é só nos maiores que ele pode enfim abrir toda a envergadura de suas asas e mostrar toda a sua leveza e todo o seu potencial. O Condor está pronto, voe longe Canela."

Clique aqui para acessar o perfil da banda no site Trama Virtual.


Um comentário:

Different way disse...

empresta o CD ae =O


e não...
eu não roubei o cd do solid.
eu esqueço mesmo =/