domingo, 23 de março de 2008

Whisky

Esse vai ser o meu primeiro esboço sobre algo que gosto pra caramba: cinema.

Estava eu passeando pela Univille (coisa que quase todo Udesquiano adora fazer) quando vi um cartaz de um projeto bem legal da Univille: o Salve o Cinema, que trata-se de uma mostra de cinema independente no anfiteatro da biblioteca da universidade, uma opção para quem gosta de cinema, mas sente enjôos do cinema mainstream.

O quê: Mostra cinematográfica "Salve o Cinema"
Aonde: Anfiteatro (que chique não?) da Biblioteca da Univille
Quanto Custa: sen(0º)* convertido em reais
Quando: 14/03 - Whisky
07/04 - Contra a parede
09/05 - Delicatessen
09/06 - Mar Adentro
15/08 - Mostra de Curtas
08/09 - Dolls
10/10 - Caché
10/11 - Primavera, verão, outono, inverno... e primavera
A que horas: 19h30min
O melhor de tudo: quem comparecer a 80% dos filmes (que são seguidos de análise crítica) recebe o certificado de Análise de Crítica de Cinema.
O pior de tudo: Já perdi a primeira.
O pior de tudo(2): Não, eles não dão nem vendem pipoca.
O pior de tudo (3): Não, esse não é um post patrocinado (bem que poderia ser).
Mais informações: 3461-9192

*Aos não iniciados sen(0º) convertido em reais = R$ 0,00 (é de grátis mesmo) ;) .

Bem vou falar sobre o primeiro filme o uruguaio Whisky de Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll, esse filme é de 2003, ganhou várias prêmios em 2004 (ano que chegou as videolocadoras brasileiras, e que esse que vos escreve o assistiu via uma Internet ainda incipiente nesse formato de vídeo) incluindo o Canne e um punhado de quiquitos do Festival de Gramado.


Ficha Técnica

Título Original: Whisky
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 94 minutos
Ano de Lançamento (Uruguai): 2004
Estúdio: Control Z Films / Rizoma Films
Distribuição: Global Film Initiative
Direção: Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll
Roteiro: Gonzalo Delgado, Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll
Produção: Fernando Epstein
Música: Pequena Orquestra Reincidentes
Fotografia: Bárbara Álvarez
Direção de Arte: Gonzalo Delgado
Edição: Fernando Epstein


Elenco

Jorge Bolani (Herman Koller)
Mirella Pascual (Marta Acuña)
Andrés Pazos (Jacobo Koller)
Daniel Hendler
Ana Katz

Premiações

- Ganhou o Goya de Melhor Filme Estrangeiro em Língua Espanhola.
- Ganhou o Regard Original Award e o Prêmio FIPRESCI da Mostra Um Certo Olhar, no Festival de Cannes.
- Ganhou 3 Kikitos de Ouro no Festival de Gramado, nas seguintes categorias: Melhor Filme, Melhor Atriz (Mirella Pascual) e Prêmio do Júri Popular.
- Ganhou os prêmios de Melhor Filme e Melhor Atriz (Mirella Pascual), no Festival de Tóquio.

Curiosidades - O orçamento de Whisky foi de US$ 500 mil.

Ficha Técnica copiada de (Fonte).


O filme começa com as cenas da maçante rotina de Jacobo Köller (Andrés Pazos) que sempre faz, come e fala as mesmas coisas, Jacobo é judeu e aqui temos aquele estereótipo bastante conhecido no Brasil de judeu pão-duro, além de velhaco, o personagem é seco, rude e rígido. O que muda um pouco a rotina de Jacobo é a visita do irmão Herman Köller (Jorge Bolani) do Brasil para o Uruguai. Herman vem visitar o irmão para presenciar o segundo enterro da mãe (uma das tradições judaicas) e altera totalmente a rotina de Jacobo, que escolhe sua fiel empregada Marta Acuña (Mirella Pascual) (em grande atuação) para fingir serem casados. Jacobo é o filho mais velho e é o que herdou do pai a fábrica de meias, Herman foi para Brasil, onde também fabrica meias, a diferença é que enquanto Jacobo se atem preso a sua rotina, Herman modernizou o parque seu fabril e prefere uma vida mais divertida do que a do irmão, que com a visita deste tenta passar a falsa imagem de que se casou e de que leva uma vida melhor do que a do irmão mais novo.

As cores que aparecem no início do filme em geral são cores neutras (como o terno cinza de Jacobo) e como ele todos outros personagens se infectam com sua rotina (o cigarro fumado sempre fumado na mesma hora, o olhar de bolsas das empregadas, o ligar as máquinas, o tomar o café, o jeito de abrir a fábrica).

O mais notável no filme é ver a mudança na personagem Marta, que usa sempre os mesmos elogios (son preciosas) e vai ganhando vida própria durante o filme se deseclipsando de Jacobo. Whisky não é um filme que apresenta respostas e que prefere deixar alguns "mistérios" para a interpretação do espectador. É uma obra de arte fina que utiliza da repetição das cenas, das falas, das cores e dos personagens para fazer uma reflexão profunda sobre a sociedade uruguaia (que lembra em muito a do brasileiro).

Trailer do filme




Um comentário:

tela disse...

hummmm Gostei da dica.. vou procurar na locadora =)
Joinville necessita de outras opções que não sejam GNC (Sim, o cinema do novo shopping também será GNC). E esse tipo de iniciativa, a apresentação de obras cult, deveriam ser melhor divulgadas. Mas quem sabe um dia o sertanejo universitário dê um espaço na moda para os projetos culturais..